sábado, 31 de janeiro de 2009

Domingos.

Nós, os bons, temos um problema.

Os Domingos.

Todos vocês sabem, o Domingo é o dia de descanso. Mesmo sendo bons, também necessitamos de descansar, para que o nosso dom fique em forma. Não é algo que aprendemos, não é algo que se ensine, mas sim algo que é inato. Existe esta diferença, que tem de ser revelada imponentemente, entre os bons que os são porque já nasceram assim e os bons que aprenderam a ser bons. Vamos ver um caso concreto. O Brad Pitt, esse indivíduo que, pelas suas supostas elevadas qualidades e virtudes, se impõe à veneração das fêmeas, como se fosse um Deus, não é nada mais nada menos que um mero aprendiz, um novato de bom. Nós, os bons a sério, não temos a necessidade de mostrar as nossas qualidades, nem temos que nos impor às fêmeas, muito pelo contrário, elas impõe-se, portanto, em nós, e tudo isso simplesmente devido a um facto que já nasceu connosco.

Sendo assim, tais factos levam-nos ao desenvolvimento do que vos quero contar hoje. Esse desejo, essa cobiça e o anseio de se imporem em nós, faz com que os Domingos sejam dias extremamente cansativos. O empenho e os esforços que empregaram para conseguir o tão desejado número de telefone, sucumbem na chamada telefónica. "Tou?", "Tou sim, é o bom?", "Sou sim!", "Daqui fala a fêmea. Deste-me o teu número de telemóvel e estou a ligar para saber se queres ir tomar um café." Imaginem então esta chamada múltiplas vezes e estarão a chegar perto do que é um dos meus simples Domingos.

Não, não conseguimos tempo para todas, tenham paciência. A vida é feita de escolhas e, para vocês fêmeas que querem ir "tomar café" connosco, de filas de espera prolongadas. As vegetarianas à frente das feias e as vegetarianas e feias no fim.

Tenham paciência.

Vegetarianas.

Nós, os bons, temos um problema.

O Vegetarianismo.

Como bons pedaços de carne que somos, faz-nos confusão dietas alternativas que tenham predilecção por alimentos sem sabor, que não satisfazem, que servem propósitos outros que não o atingir do prazer alimentício (segundo sentido plenamente aplicável).

Depois, as fêmeas vegetarianas, mais imunes ao nosso charme pela crença numa vida sensaborona e aborrecida, não se conseguem calar com as histórias de que uma vida saudável é mais divertida, de que é bom ficarmo-nos pelo que nos dá segurança e de um estranho fenómeno incompreensível chamado de monogamia. Ouçam, nós não queremos saber disso. Nós os bons somos bife, somos entremeada, somos posta mirandesa mal passada, somos tenros e quando acompanhados por um bom vinho somos perfeitos.

As tais fêmeas, casos raros registados por pessoas com tempo para isso, que resistem ao charme do bom fazem-no devido à má nutrição, uma pessoa doente não tem tanto discernimento, deve ser do tofu. No entanto, uma palavra para esses seres infelizes, fiquem lá com o vosso seitan, com o vosso Rogério, ou Artur, ou Francisco, nós os bons queremos fazer felizes aquelas que tenham o bom senso de saber o que é bom, de saber quem somos e de saber que, por mais que tentem, nós seremos sempre o seu sonho.

No entanto, bom que é bom não rejeita à partida fêmeas que desconhece, portanto fica o apelo. Desistam, imberbes veggies, deixem que o vosso estrogénio vos guie para os nossos braços e deliciem-se com o mais suculento naco que alguma vez provaram. Vivam, Sintam, Experienciem ... nós os bons andamos por aí, procurem-nos!

... A não ser que sejam mesmo feias.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Casamento.

Nós, os bons, temos um problema.

O casamento.

Para nós, mais que um acto, é uma estupidez, uma aberração. Contrair casamento ou contrair sífilis é para nós igualmente grave, com a diferença de que, sendo bons, temos mais probabilidade em contrair sífilis, pois o número de fêmeas ao nosso alcance é ilimitado e nem todas se lavam como deve ser.

O motivo essencial para se contrair casamento, diz-se, é o amor. Ora, nós, os bons, amamo-nos mais do que podemos amar qualquer fêmea, logo o casamento torna-se uma redundância cíclica que acabaria em nulo. Depois, sendo bom, casar é irresponsável pois anularíamos toda uma fila de espera para nos saltar para cima, o que seria um franco desperdício.

" Ah, mas isto de ser bom passa, tu quando chegares a velho não vais ser bom e vais querer uma fêmea do teu lado. "

Errado. Ser bom é um modo de vida, não passa com a idade, amadurece como uma casta generosa do Alto Douro. Nós, os bons, não precisamos de ninguém ao nosso lado permanentemente, vivemos na itermitência do que é ser bom e, portanto, ter uma amante em cada esquina, e uma parceira sexual em cada viela.

O casamento, portanto, não serve o bom pois seria renegar todas as vantagens que advêem da nossa magnífica enfermidade.

E não em venham com histórias de que "quem não tem um amor a sério, não é feliz".

Eu tenho amor todos os dias, quando quero, porque quero.

Sou bom, não tenho culpa.

Nós... os bons!

Bem vindos,

Nós, os bons, temos um problema. Na sociedade em que vivemos é extremamente difícil ser-se bom. Não digo ser-se bom no sentido de saber fazer algo bem, mas sim em ser bom!
É por este e muitos outros motivos que aqui estamos. Que as dificuldades de ser-se bom sejam divulgadas a todos os que não são, para que, de uma maneira muito aproximada, as possam realmente conhecer.
Esperemos que gostem da estadia, obrigado.

Nem todos podemos ser bons.
 

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