terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Reflexo Fatal

Nós os bons temos um problema.

Os espelhos.

Como narciso a olhar para o lago, os espelhos têm em nós (os bons) um mágico fascínio, uma tentação inconcebível que nos faz parar, seja onde for, para olhar. O bom pode estar a admirar a mais esbelta e singela fêmea, mas por detecção de um espelho distrai-se da sua presa para admirar, qual adónis, a sua figura e deleitar-se no seu ego. Esta prática não necessita do mais nítido ou claro reflexo… o vidro de um carro, um reflexo sujo numa poça imunda, tudo aquilo que reflicta os traços do bom se torna numa atracção fatal.

Por isso andamos de queixo erguido. Não pela presunção do que somos (da qual não precisamos pela franca compreensão da nossa condição), nem por uma questão de postura corporal, mas sim para evitar o contacto visual com um qualquer reflexo da nossa magnificência.

Os espelhos são então como uma praga que nos aflige, uma armadilha constante do nosso quotidiano, porque o amor pela miragem daquelas que amamos todos os dias - no singular, plural ou assim assim - nunca pode ser mais importante que a avaliação da nossa figura. E bolas, como somos bons!

O olhar, o jeito no cabelo, a miragem do perfil. Por esta ordem.

Porque ser bom é ser super-homem. E também para nós há uma Kryptonite.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os Bons Não Morrem...Nem Fogem.

Nós os bons temos um problema...

A Pureza

Sendo seres ocupados com as mais diversas tarefas mundanas, como fugir às mulheres devassamente esfomeadas, dar dicas aos aprendizes, catalogar a colecção de roupa interior que nos é oferecida... enfim, explorar a arte de ser Bom, é normal que, por vezes nos esqueçamos de outras possibilidades da vida.

Quando iniciámos o blog, tivemos um grande discussão acerca do facto de estarmos e expôr a vida desta nobre criatura que é o Bom e de todos os Wannabes que daí adviriam, ciosos de pôr em prática os nossos ensinamentos. Tal discussão levou à pergunta "Será que a divulgação da nossa condição irá retirar pureza a todos os poucos, mas Bons que existem neste mundo?"

Foi esta ambiguidade de preocupações que levou à nossa ausência, pela qual pedimos as mais sinceras desculpas. Chegámos então às seguintes conclusões:

- O Bom não precisa de se justificar, não precisa de ser catalogado ou não como puro. As mulheres sabem o que é bom, até as vegetarianas (obrigado anónima).

- O Bom não tem de viver enclausurado como Monge Shaolin. A magia da sua condiçao é a de que ela é inimitável, e como tal, a exposição mediática apenas favorece a Arte.

- O que é Bom, é para mostrar.

Como tal, caros seguidores, folgo em dizer que estamos de volta ao activo e que, até no Verão, altura de ainda maior movimento para Nós os Bons, o blog vai estar activo e vamos continuar a espalhar a magia, a arte, e a por demais óbvia magnificência dos nossos seres e da maravilha que é a nossa vida.

Porque ser Bom e não mostrar, é ser Sinatra e não cantar.

Bom Verão.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Domingos.

Nós, os bons, temos um problema.

Os Domingos.

Todos vocês sabem, o Domingo é o dia de descanso. Mesmo sendo bons, também necessitamos de descansar, para que o nosso dom fique em forma. Não é algo que aprendemos, não é algo que se ensine, mas sim algo que é inato. Existe esta diferença, que tem de ser revelada imponentemente, entre os bons que os são porque já nasceram assim e os bons que aprenderam a ser bons. Vamos ver um caso concreto. O Brad Pitt, esse indivíduo que, pelas suas supostas elevadas qualidades e virtudes, se impõe à veneração das fêmeas, como se fosse um Deus, não é nada mais nada menos que um mero aprendiz, um novato de bom. Nós, os bons a sério, não temos a necessidade de mostrar as nossas qualidades, nem temos que nos impor às fêmeas, muito pelo contrário, elas impõe-se, portanto, em nós, e tudo isso simplesmente devido a um facto que já nasceu connosco.

Sendo assim, tais factos levam-nos ao desenvolvimento do que vos quero contar hoje. Esse desejo, essa cobiça e o anseio de se imporem em nós, faz com que os Domingos sejam dias extremamente cansativos. O empenho e os esforços que empregaram para conseguir o tão desejado número de telefone, sucumbem na chamada telefónica. "Tou?", "Tou sim, é o bom?", "Sou sim!", "Daqui fala a fêmea. Deste-me o teu número de telemóvel e estou a ligar para saber se queres ir tomar um café." Imaginem então esta chamada múltiplas vezes e estarão a chegar perto do que é um dos meus simples Domingos.

Não, não conseguimos tempo para todas, tenham paciência. A vida é feita de escolhas e, para vocês fêmeas que querem ir "tomar café" connosco, de filas de espera prolongadas. As vegetarianas à frente das feias e as vegetarianas e feias no fim.

Tenham paciência.

Vegetarianas.

Nós, os bons, temos um problema.

O Vegetarianismo.

Como bons pedaços de carne que somos, faz-nos confusão dietas alternativas que tenham predilecção por alimentos sem sabor, que não satisfazem, que servem propósitos outros que não o atingir do prazer alimentício (segundo sentido plenamente aplicável).

Depois, as fêmeas vegetarianas, mais imunes ao nosso charme pela crença numa vida sensaborona e aborrecida, não se conseguem calar com as histórias de que uma vida saudável é mais divertida, de que é bom ficarmo-nos pelo que nos dá segurança e de um estranho fenómeno incompreensível chamado de monogamia. Ouçam, nós não queremos saber disso. Nós os bons somos bife, somos entremeada, somos posta mirandesa mal passada, somos tenros e quando acompanhados por um bom vinho somos perfeitos.

As tais fêmeas, casos raros registados por pessoas com tempo para isso, que resistem ao charme do bom fazem-no devido à má nutrição, uma pessoa doente não tem tanto discernimento, deve ser do tofu. No entanto, uma palavra para esses seres infelizes, fiquem lá com o vosso seitan, com o vosso Rogério, ou Artur, ou Francisco, nós os bons queremos fazer felizes aquelas que tenham o bom senso de saber o que é bom, de saber quem somos e de saber que, por mais que tentem, nós seremos sempre o seu sonho.

No entanto, bom que é bom não rejeita à partida fêmeas que desconhece, portanto fica o apelo. Desistam, imberbes veggies, deixem que o vosso estrogénio vos guie para os nossos braços e deliciem-se com o mais suculento naco que alguma vez provaram. Vivam, Sintam, Experienciem ... nós os bons andamos por aí, procurem-nos!

... A não ser que sejam mesmo feias.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Casamento.

Nós, os bons, temos um problema.

O casamento.

Para nós, mais que um acto, é uma estupidez, uma aberração. Contrair casamento ou contrair sífilis é para nós igualmente grave, com a diferença de que, sendo bons, temos mais probabilidade em contrair sífilis, pois o número de fêmeas ao nosso alcance é ilimitado e nem todas se lavam como deve ser.

O motivo essencial para se contrair casamento, diz-se, é o amor. Ora, nós, os bons, amamo-nos mais do que podemos amar qualquer fêmea, logo o casamento torna-se uma redundância cíclica que acabaria em nulo. Depois, sendo bom, casar é irresponsável pois anularíamos toda uma fila de espera para nos saltar para cima, o que seria um franco desperdício.

" Ah, mas isto de ser bom passa, tu quando chegares a velho não vais ser bom e vais querer uma fêmea do teu lado. "

Errado. Ser bom é um modo de vida, não passa com a idade, amadurece como uma casta generosa do Alto Douro. Nós, os bons, não precisamos de ninguém ao nosso lado permanentemente, vivemos na itermitência do que é ser bom e, portanto, ter uma amante em cada esquina, e uma parceira sexual em cada viela.

O casamento, portanto, não serve o bom pois seria renegar todas as vantagens que advêem da nossa magnífica enfermidade.

E não em venham com histórias de que "quem não tem um amor a sério, não é feliz".

Eu tenho amor todos os dias, quando quero, porque quero.

Sou bom, não tenho culpa.

Nós... os bons!

Bem vindos,

Nós, os bons, temos um problema. Na sociedade em que vivemos é extremamente difícil ser-se bom. Não digo ser-se bom no sentido de saber fazer algo bem, mas sim em ser bom!
É por este e muitos outros motivos que aqui estamos. Que as dificuldades de ser-se bom sejam divulgadas a todos os que não são, para que, de uma maneira muito aproximada, as possam realmente conhecer.
Esperemos que gostem da estadia, obrigado.

Nem todos podemos ser bons.
 

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